domingo, 29 de agosto de 2010

Ilusão

Tiro um pedaço de um sorvete de tapioca.

Seu gosto doce inunda minha boca.

Corro um pouco na Orla.

O coração acelera, transpiro.

Tudo parece tão real...

Encontro rostos conhecidos,

Que tocam em assuntos por mim, temidos,

ou esquecidos.

Sinto agustia, reflito,

sinto alegria.

Num instante toda essa fantasia se converte...

Em pura melancolia.

O tempo passa... não se espante.

Passam depressa os segundos insessantes.

Logo envelheço e tudo num passou de um instante.

Logo me deparo diante do inevitável.

A morte, o abandono dos hábitos.

Olho pra trás e me deparo:

Fiz eu algo de importante?

Fiz eu o que tinha de fazer?

Ou será que me perdi em meio ao sorvete de tapioca?

Um velho sorri pra mim na rua.

Um determinação me dispara.

Então volto a correr em direção ao nada.

Em direção ao simples.

Em direção à ação.

Derrepente todos os rostos amigos se confundem.

Todas as lembranças se tornam vividas e enevoadas.

Tudo parece claro, e frágil.

Derrepente um toque suave me toca o rosto.

São labios doces que me acariciam o olho.

As palpebras se abrem...

Tudo não passou de um sonho.

O Amor é a realidade.

(Carolina Dantas)