sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Eu estou determinada a ver.

"As transparencias enganam", me disse um amigo:
"Você é transparente?"
Aí tem... presenti:
Mas...Sou! (respondi)
"Mentira!"
Todos têm mistérios profundos. (atacou)
Verdade! (concordei)
Verdades sombrias nós guardamos,
Qualidades pomposas nós mostramos.
"Fazemos questão de mostrar". (explicou)
Em parte descordo... (pensei).
A nossa Luz não mostramos. (disse)
Nem a nós mesmos, por vezes... (pensei).
Sim! Nossa beleza...
Nosso ser... (concordou)
E fêz-se o silêncio.

Ambos pensavam naquele momento.
Adimitindo a 'verdade' na frase um do outro. (imagino)

De fato não somos transparentes.
De fato somos mentirosos e verdadeiros.
De fato somos Luz e sombra por inteiro.
Pelo menos aqui...

Mas a verdadeira transparência,
Nós, a maioria, não vemos.
A verdadeira Luz só por vezes,
e com sorte, percebemos.
Para ser ela por completo:
Basta querermos! (disseram-me)

"Eu estou determinada a ver".
Pensei, hoje, só quando acordei.

(Carolina Dantas)
Ontem me troquei:
Sonhei que estava trabalhando.
Trabalhei quando estava sonhando.
Bom!
Curto por 24hs essa ilusão.
Afinal, astral ou de fato,
ta tudo no mesmo prato.

O que é sonho pra você?
Meu corpo responde da mesma forma.
Minhas mãos abrem as mesmas portas.
O coração bate o medo aflora,
E isso infelismente, não tem hora.

Os pensamentos são velhos companheiros.
Alheios, determinados ou corriqueiros.
Eu julgo, eu paro, eu faço.
Eu culpo, eu paro, eu me rasgo.
Eu mordo, eu paro, eu me desfaço.

"Tomara, meu Deus, tomara"
Que essa louca ilusão logo vire fumaça!
E caia, e póque,
e saia, e role...
Por aí afora.

Meu controle cabe a Mim.
Meu desgosto cabe a mim.
A minha mente à Águia, eu entrego.
E desse "sonhar", aos poucos desperto.

(Carolina Dantas)
"1 é 1.
E não é 2."
Assim estava escrito no muro!
Conforme-se! Ou dê seus pulos!

Prefiro acreditar,
que neste mundo de Maya
agente criou o muro.
Portanto não existe o facil
e nem o 'duro'.

De cima da prôa é facil ver
que é só uma questão de escolha:

Se segue com o gado,
Ou se encherga Realidade.
A Paz e a Vontade,
É que são a chave...

Esse é o pulo do gato!


(Carolina Dantas)
Agora estou em paz,
Finalmente o medo, aos poucos, se desfaz.
Como a neblina do nevoeiro,
que derrepente se desmancha em frente ao desfiladeiro.
Foi por pouco!

Saí daquela tempestade louca!
E com vida!
Com magia!
E alegria! "Cultivada todos os dias".
O desespero passou.

Me perdi e me achei no meio do mato.
Foi a 'cobra' que me deu o recado:
"A 'morte' mostrará a saída".
Mais uma morte, para uma nova vida.

Escrevo, pra não perder o hábito.
Ou por ego... sei lá.
Mas isso não é mais minha terapia.
São só frases soltas,
Mero 'blá, blá, blá",
sem a agonia.

Saí do mato!
Achei a trilha.
Tão fácil como a perdi.
Aliás tão inesperado e derrepente,
como quando saí.
Não foi fácil e nem foi rápido.
Mas agora não faz diferença.
É só passado.

Escrevo meros devaneios...
Só pra não perder o hábito.
A brincadeira com a imaginação.

O tempo é infinito.
O tempo é uma ilusão.
Tudo parece só um sonho...
Que passou... que ficou de 'lição'.

No mato,
No nevoeiro,
Me perdi.
Me achei.
Pelos caminhos que eu mesmo escolhi.
Com ajuda da 'coincidência',
e dos Amigos que nela fiz.

A Águia me deu as respostas.

Tirei minhas dúvidas com a aranha.
Meu proprio medo.
Agora não preciso mais dessa trama.
Nessa teia não vou mais me grudar.
Isso não quero, não desejo.

De volta à estrada eu vou.
A mesma ou não, eu vou
dar no mesmo lugar.
O ponto final não muda.
A tempos escolhi o 'destino'.
De carro, a pé ou de avião,
desse 'lugar' não abro mão.

Não estou mais perdida.
Agora eu conheço as trilhas.
O próprio mato me deu o mapa.
E tudo tomou sentido.
Com o Sol sob a cabeça eu vou,
eu tento, eu vou.
Eu caminho sem sair do lugar.

Vejo essa mata de cima,
a Águia me emprestou seus olhos.
Ainda vejo nevoeiro... vejo embaçado
Meu corpo ainda não se acostumou,
Com essa nova e potente retina.

Mas agora eu tenho o mapa.
E eu sei, ta na trilha,
a paz, por completo, vai vir.
Há de existir.

Mas são só devaneios loucos...
Metáforas...
Afinal são só mais algumas palavras...
E como palavras, são dúbias.
Entende-se o que quizer.
O que ''vier'' ou que ''puder''.

É só pra não perder velhos hábitos...
Agradar a pobre da aranha e sua teia.
Que moribunda, eu sei, vai morrer.

Mas com a ajuda da Águia eu vou,
to indo... e feliz!
Pois agora eu tenho os seus olhos,
este mapa e o Sol.

(Carolina Dantas)
Medo
(Carlos Drummond de Andrade.)

"Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.
E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo…
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas

do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.

Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes…
Fiéis herdeiros do medo,

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo. "
A explosão

Hoje me sento e digo:
Vocês 'machos' não têm coração!
Aí faltou o lado materno da intuição,
da 'culpa', do 'receio', da compaixão.

Como tratar uma pessoa assim?
As mulheres são flores, são rosas.
São sensíveis, são pura confusão.
Espinhentas e delicadas.

Podadas de nada valem.
Sem os 'espinhos', perdem a proteção.
E daí são só petalas numa mão.
Grosseira forte e eficaz.

O pesadêlo acabou.
O golpe final, a cereija do bolo.
O arco-íris, feito guache, desbotou!
No golpe agressivo,
o ultimo espinho, em ti encravou.
E meu ultimo veneno, em tem corpo se espalhou.
Tu foste alvo da propia armadilha.

(Carolina Dantas)
Idolo

Ai meu deus! É você?
É sim eu sei que é
A quanto tempo eu sonhei
Em te ver...
É uma verdade,
que nem parece ser.
Como você é bonito!
E gentil...
E feliz e honesto,
e...bonito...

Como é bom encontrar você.
O acaso finalmente me agradou.
Meu sonho, enfim, se realizou.
Te abraço.
Te beijo.
Sorrio...
E irradiante, te elogio:
Seu nome, seu trabalho,
sua coragem,
sua peculiaridade.
Elogio...

Sinto que gosta de me conhecer.
E até um sorriso, pareço receber.
E é só o inicio.

No meio da euforia,
uma voz longe me chama.
E não mais que derrepente,
a alegria se desmancha.
Uma névoa cobriu o teu rosto.
A realidade escurece,
a contra-gosto.
Abro os olhos,
ponho os pés do chão.
Esse encontro marcado.
Ainda, foi só um ensaio.
Pura imaginação.

(Carolina Dantas)
Coisas do ego...

As vezes me sinto tão só...
De idéias, de quereres.
As vezes me falta vontade.
E a coragem, para acreditar.
Para continuar vivendo.
Sozinha, e sem você, ou sem ninguem.

Mas essa vida dura,
exige de mim: atenção!
"Seja uma pessoa madura!"
"Não dê bola ao seu 'coração'."
Por muitas vezes fui assim...
Diziam...
Mas Agora, eu não sou mais não...
São tão insegura e sozinha e covarde e...
Imatura!

Ah! A vaidade
Que crueldade
Que inocência
Que jovialidade.
Achar que o mundo gira ao seu redor.
E não você ao redor do mundo.
A vaidade translucida, me borra a beleza,
e a verdade e a certeza.
Só me enoja e me anseia.
Seu excesso, sua falta de controle...
Me deixa assim!

Ha! Descobri enfim...

(Carolina Dantas)
Numa pagina nova, eu confesso...

Penso em você sempre
E quase todos os dias.
Mesmo com tanta distancia.
Tanto tempo,
outras alegrias...

A sua presença...
Ah! Como eu queria!

Meu poema são só versos baratos,
e melancolia.
Resta só uma saudade em frangalhos,
Só uma fantasia.

De te ter de novo uma outra vez,
Por mais tempo quem sabe...
Entregues na presença
Na conexão do destino...
Quem sabe?

Por enquanto... Só imagino.
E fortaleço esse 'amor' gostoso.
Sem apegos, ou mal-querer.
Só quero um sorriso seu,
e te ver crescer.

E quem sabe, um dia volte,
Recompense sua ausência...
Mate a minha saudade,
e a minha carência...
Por você.

(Carolina Dantas)