sexta-feira, 2 de abril de 2010

Os urubus voam.
Sob o fundo azul.
A luz e cor se irradiam.
Por detrás da morte.

Como os seres humanos sofrem.

Não consigo.
Eu mal te conheço, eu sei.
Mais ainda assim choro, por você.
Ao te ver assim...
Tão proxima do fim.

Pois não é só um pedaço de carne.
É uma história, uma pessoa.
Cheia de verdades.
És amada por tua familia.
És uma obra prima.
Uma arte divina.

Em ruínas...

Aos poucos se despedaça.
Se desfaz. Se decompoe.
Ainda com vida.

Não posso, não consigo não chorar.
Ao imaginar a tua dor.
Ao me pôr em tua situação.
Essa morte próxima, a dor.
A vergonha, a humilhação.

Os urubus negros e feios voam.
Passam pelas nuvens fofas e brancas.
Os urubus voam.
Por cima da minha cabeça.

Mesmo sendo ilusão.
Um terrível pesadelo.
Não consigo deixar de sentir...
Aflição,
Angústia,
Tristeza.
Ao te ver assim... nesta posição.

Minha irmã, minha querida.
Vamos lá! Tentar ser otimistas.
Essa é a melhor opção.
Talvez a única saída.

Vamos lá! Vamos tentar vivenciar,
se é assim, essa surrealidade.
Essa grande escola de alquimia.
Que é a vida.

(Carolina Dantas)

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